
Dotado de um ritmo viciante, o livro publicado pela Editora Record pretende lançar de maneira ácida e absurda uma crítica à inconsequência da sociedade de consumo, uma acusação à estética brega da arquitetura urbana e um olhar escarnecedor sobre as tribos, organizações e seitas do mundo moderno. Nas palavras de Ivan Lessa, autor da orelha do livro, “Edson Aran é diferente de tudo o que você já leu. Em qualquer língua.”
A história
Delacroix Escapa das Chamas é o quinto trabalho que Aran assina. O romance descreve um futuro não muito distante (2068), no qual o Brasil encontra-se afundado em uma guerra civil travada por grupos guerrilheiros como os Marxistas Teocráticos e o Cartel de Comandatuba. Enquanto isso, na Europa, a França queima museus inteiros após se transformar em um califado islâmico — o que não impede que um Eugene Delacroix escape das chamas e venha parar em São Paulo.
O protagonista é um crítico sem noção, pedante e pretensioso chamado Wagner Krupa, que, assim como todo paulistano de classe média, mora em um dos gigantescos shopping centers erguidos por entre o caos da inóspita metrópole. Seu maior medo é de um dia perder o crédito, algo que o tornaria um pária entre os vivos. Wagner mete os pés pelas mãos, comete equívocos irreparáveis e entra em confusões que matariam James Bond de inveja.
As quatro partes que compõem o livro — Gênese, Natureza Viva e Cosmogonia1, Delacroix Escapa das Chamas, Sobre Linhas Tortas e Os Canibais Dadá – são divididas em micro-capítulos cheios de ação e também de referências à cultura pop e erudita do século XX. Na foto de Vagner Ferreira, eu ao lado de Edson Aran na festa de aniversário de 32 anos da Revista Playboy, na Marina da Glória.
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